quarta-feira, 10 de outubro de 2007

TV Digital foi tema de lançamento de 'Meio Digital'

Evento contou com a presença de Anco Saraiva, da Rede Globo, Daniel Chalfon, da MPM Propaganda e de Alex Pimentel, da Casablanca

Mariana Ditolvo

Com o movimento de adoção da televisão digital no Brasil, alguns pontos ainda parecem obscuros e a falta de informação e investimentos pode retardar o sucesso dessa transição. Em debate realizado no lançamento, nesta terça-feira, 9, da segunda edição da revista Meio Digital, do Grupo Meio & Mensagem, ficou claro que enquanto alguns já estão em atividade constante para tornar essa evolução uma realidade, outros permanecem omissos e descrentes dos resultados almejados.

Anco Saraiva, diretor da Central Globo de Marketing, foi um dos participantes do debate e afirmou que a Rede Globo não está medindo esforços para iniciar a transmissão em sinal digital, apesar de não acreditar em uma rápida penetração do modelo. "O primeiro resultado visível com a adoção da TV Digital é, além da melhoria da imagem para milhões de brasileiros que ainda utilizam as antenas parabólicas, o fato de a televisão brasileira entrar como produto competitivo no cenário mundial", disse.

Segundo ele, os testes para os telespectadores residentes na cidade de São Paulo já estão iniciados e, até o final de 2008, dez grandes cidades brasileiras - que representam praticamente 50% do consumo - devem ser atendidas com a transmissão digital. "Por enquanto estamos produzindo em torno de cinco programas nesse formato, sendo uma novela. Para cobrir toda a programação ainda levará um bom tempo. Sem contar que as diferenças ainda vão demorar a serem sentidas pelos consumidores", acrescentou Saraiva.

Produzir conteúdo em formato digital, de fato, é um dos limitadores para o negócio, uma vez que o investimento demandado ainda é bastante alto. A maioria dos anunciantes e agências de publicidade, por exemplo, ainda sequer começaram a se mexer para se adequar ao novo mundo. "Os anunciantes precisariam começar a investir para produzir comerciais em formato digital, já que quando o modelo vingar será impossível transmitir programação em digital e propagandas em analógico. A queda de qualidade será gritante e causará desconforto aos telespectadores", disse Daniel Chalfon, sócio-diretor da MPM Propaganda.

"Os anunciantes sempre incentivaram a adoção de novas tecnologias, mas de um tempo para cá esse movimento simplesmente parou. As empresas precisam voltar a investir", pontuou Alex Pimentel, diretor de tecnologia da produtora Casablanca, que defendeu ainda a necessidade de passar informações corretas ao mercado - como o tipo de conversor ideal para transformação do sinal - para que o modelo não seja fracassado e não frustre os telespectadores.

www.meioemensagem.com.br

Postado por Laíza Bulhões, estudante da Unifacs do curso de Comunicação e Marketing - 2º semestre.