quinta-feira, 16 de agosto de 2007

MARKETING INFANTIL E O NOVO MUNDO DO CONSUMO

Marcelo Heidrich CEO Ponto Brand Promotion

Nos últimos 40 anos, efetivar o marketing moderno tem exigido muita pesquisa e criatividade somados aos esforços de tempo e dinheiro. Instituir a força de uma marca e seu resultado comercial de maneira harmônica não tem sido tarefa simples. O shopper vem adotando comportamentos muito particulares que interferem na forma como os negócios das agências, do varejo e dos consultores têm se estruturado. Em recente palestra que realizei na Europa ouvi de Frank Feather, renomado profissional de marketing com atuação no mercado de web americano, e que compartilho do seguinte con-ceito: “hoje as marcas devem falar com eles e não para eles!”.

Os consumidores sempre se voltaram para o mundo das marcas, mas hoje isso se inverteu: as comunidades das pessoas é que têm sido desejadas pelas marcas. O shopper cria seu estilo próprio de viver e as empresas devem se adaptar aos seus valores. Consumo responsável e ética, bem como conectividade, interatividade e mobile marketing são temas freqüentes entre nossas discussões. Esses mesmos valores, que já permeiam o shopper adulto, serão potencializados nas crianças.

O Fórum da Criança, realizado na Europa, divulgou estudo que afirma que 82% dos jovens entre 8 e 12 anos têm ou gostariam de ter computador, 49% celular, 52% play-station e 56% internet. Despedem 64% do seu tempo com games, 24% para a escola e 22% com downloads de músicas, toques e filmes em sites dos seus ídolos. Esse novo ambiente vem formando comunidades fortes, com pouco vínculo com marcas tradicionais, mas atentas aos valores. Esse mesmo levantamento aponta que 93% dos jovens gostam de estar com seus pais em momentos de compra se beneficiando da influência da família principalmente nas questões tecnológicas, sensibilidade ambiental e qualidade do produto exigido. Já há influência decisória em categorias mais comuns como vestuário, material escolar e alimentação. Locais para lazer, celulares, automóveis e também computadores. O que este universo demonstra é que há um olhar lúcido e amadurecido na relação com o ato de compra e vínculo com a marca. Por exemplo, marcas que não são “amigas da natureza” é como se ainda não fossem da família. Enquanto assistem TV, 41% desses jovens não gostam dos comerciais veiculados, o que significa “vocês não sabem falar comigo”.

O objetivo de administrar múltiplas plataformas está transformando o futuro shopper num desafio de comunicação. Acredito que as maneiras como as marcas se relacionam serão mais importantes que as próprias marcas. Parece-nos que este comprador do futuro não quer ter tanta razão, mas quer ser feliz. Querem ter experiências com a marca. Pode parecer piegas para alguns, mas a verdade é que estão mais interessados no real papel do homem na sociedade. Uma prática mais holística e uma atuação mais hedonista. O prazer e a felicidade como bens supremos. A tendência é transformar uni-dades em totalidades. Exemplos como Orkut, Second Life, You Tube, The Sims e outros são algumas janelas para essa imensidão digital. A boa notícia é que é um precioso desafio. Insanidade será fazer as mesmas coisas, do mesmo modo e esperar resultados diferentes. A esperança está nas crianças.


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Postado por Laíza Bulhões, estudante da Unifacs do curso de Comunicação e Marketing - 2º semestre.

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